segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ketel One


Semana passada participei do lançamento aqui em São Paulo de uma nova vodka no mercado nacional, a Ketel One. A família Nolet destila a Ketel One há mais de 300 anos na Holanda, a receita é muito bem guardada e sua produção é acompanhada de perto, todo lote produzido ainda é degustado por um membro da família para aprovação do produto final, garantindo assim, a alta qualidade. Ketel One significa alambique número Um, e faz menção ao primeiro alambique utilizado na produção dessa vodka e ainda está em funcionamento, junto com outros mais modernos. O que mais gostei, além da vodka é claro, foi a palestra do brand embassador da marca, o senhor Jason. Mudou o meu conceito sobre vodka, nada como aprender um pouco de história...
A vodka é um dos primeiros destilados criados. A Ketel One, assim como algumas outras vodkas passa por dois processos de destilação: a primeira parte, o alambique de coluna, que deixa o destilado o mais neutro possível, e depois uma última destilação em alambique de cobre, que dá algumas características de aroma, sabor e corpo. Para mim, vodka deveria ser um destilado sem gosto, aroma, cor... enfim, neutro. Mas vendo um pouco da história da vodka, não era bem assim. Quando foi desenvolvida, mais ou menos no século XV, não existia o método de produção por coluna, apenas o alambique de cobre, então, o destilado não tinha como ser completamente neutro. Portanto, dependendo da matéria prima utilizada e da receita, cada vodka produzida tinha características próprias da família ou produtor. Com o desenvolvimento dos processos industriais de produção, mudou-se radicalmente o método de produção da vodka e suas características, e também a tradição, agora a vodka é neutra: sem sabor, sem aroma e sem cor.
É importante ressaltar que isso não implica na qualidade das vodkas. Tanto o alambique de cobre quanto o de coluna podem produzir vodkas de altíssima qualidade assim como verdadeiros venenos, a questão também é o gosto de cada um.
Em uma degustação comparativa com outras vodkas, a Ketel One realmente mostrou-se um produto diferenciado, tanto no aroma quanto no sabor, quanto a cor, a vodka sempre foi transparente. Preciso fazer mais testes com coquetéis, os que eu provei eu gostei também. Enfim, é um produto extremamente bem feito, da embalagem ao líquido.

Alexandre

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Drink de cachaça na Four Seasons magazine

















No começo do ano a cachaça Cabana me convidou, junto com outros barmen de São Paulo, para criar dois coquetéis a base de cachaça, um de verão e outro de inverno. Foi para a revista do hotel Four Seasons, boa oportunidade para internacionalizar a empresa e o barman, afinal é uma cadeia de hotéis internacional de altíssimo nível, é uma satisfação pessoal e profissional. Fui o único barman do Brasil a participar da matéria, e o mais incrível, não erraram o meu sobrenome.O coquetel de verão foi baseado no mojito, usei morango, hortelã, manjericão, suco de laranja e cachaça; e o de inverno foi feito com café, baileys e cachaça. A cachaça Cabana representa um novo estilo do nosso destilado nacional, o que se procura agora é dar, de certa forma, uma nova cara para a tradicional pinga. Principalmente para um mercado mais selecionado, que consome mais vodka e também o mercado externo. A idéia é deixar a cachaça mais suave, com menos características tradicionais e aproximá-la da vodka, que é neutra. Para se obter essas características de neutralidade destila-se mais vezes, ou filtra-se mais e não passa por envelhecimento em madeira por exemplo. Os mais tradicionalistas torcem o nariz para esse "novo estilo", mas se houver uma preocupação quanto à matéria prima utilizada e também ao método de destilação para a produção de um álcool de alta qualidade, obtem-se um produto final de alta qualidade e muito bom para ser utilizado como base de coquetéis (outros além da caipirinha) que funcionam muito bem como porta de entrada para se conhecer destilados e desmistificá-los. E, naturalmente aprender a degustá-los e por consequência uma procura pela essência da cachaça, que só as tradicionais (claro que não estamos falando de 51, velho barreiro...) podem oferecer, aí os puritanos voltam a sorrir.

Alexandre